Monday, January 28, 2008

Momento de raiva

Se há algo que tenho destestado ultimamente é essa onda de politicamente correto. "Não, ele não é negro, ele é afro-descendente", "Não é cego, é deficiente visual", "Não é idoso, é pessoa da terceira idade"... E por aí vai! Ah, que raiva disso! Principalmente porque há todo um preconceito velado por trás dessas pseudo-gentilezas, além de uma castração da liberdade de expressão...

--------------------oOo--------------------

Thursday, January 24, 2008

Diálogo ao acaso

- Medo de ti com dinheiro
- ??????
- Tu seria uma fashionisata
- hahhahah
- Muito medo da tua versão perua!

--------------------oOo--------------------

Tuesday, January 22, 2008

Pequena Miss Sunshine

Hoje foi o primeiro dia de filmagens do exercício lá do Dibôá. Plano seqüência litoral. Foi lindo! Simone passando aqui de madrugada ainda, 7 da manhã, e eu correndo pelo estacionamento de havaianas e com o tubinho de colírio na mão. Um sono desgraçado, sem voz e espirrando!!! Mas a gente se divertiu horrores. Porque nós somos o elenco do Pequena Miss Sunshine, e o Mingau (carro da Simone) é nossa kombi amarela versão econômica. Daí eu sou o irmão, a Si é a Miss, André é o avô e o papel de tio gay ficou pro câmera da escola de audiovisual, que durante as audições super se destacou, o Leandro =)

Porque dar o prego em plena Abolição foi glitter e glam. Quase ser atropelada pelo Antonio Bezerra Mucuripe então, nem tem preço, ó. Todos os turistas menos abastados que ficam naquela região passavam e olhavam para a situação tragicômica: dois caras e uma menina empurrando, e a outra menina dentro do carro guiando. Mas daí o carro pegou e fomos felizes e contentes filmar "as velhas do mucuripe que iam sair para pescar".

Duas horas depois, praticamente ao som de born free, saimos tranqüilos, sem nem supor o que nos aguardava. Sim, isso mesmo, momento estanca parte dois a missão. Sendo que dessa vez a gente estava cansada, com os pezinhos meladinhos de água do mar e terrinha e e e com aquele bronze. Sim, porque a gent e é classuda e aproveitou todo o momento "sou diretora, corta!" e conquistou aquela cor perdida, aquela que é pura tendência no verão. Bochechinhas saudáveis e todo um blush da boticário economizado. E para os mais curiosos, sim, rolou o momento empurra de novo, só que dessa vez nós voltamos na boleia do reboque, porque esse blog é raiz e foi sentir a emoção on the road.

E a frase do dia foi da Simone: "não, eu não tenho cara de pobre coisa nenhuma". Haha. Amei!

E amanhã tem mais filme, se minha garganta agüentar!

--------------------oOo--------------------

Monday, January 21, 2008

Porque eu amo minha mãe

Você prepara todo seu espírito para o girl power de mudar o mundo, emagrecer 10 quilos e comprar sapatos fofos. Tudo isso ao mesmo tempo agora. Aí sua super mãe lhe acorda de manhã dizendo "filhinha, seu almoço". O almoço era um sanduichão de pão integral com recheio de soja, ovo e queijinho. Coloquei na bolsa e lá fomos nós pro dia de aventuras. Na hora da comida, fomos comprar refrigerante e lá vem mamãe com propostas indecentes e felizes : "Quer sorvetinho?". E eu ri, me fiz de difícil (óbvio), mas super topei! Desse jeito como é que vou manter meu master cleanser, me explica?
Mas estava 'dotoso'. Minha mãe é demais, mesmo sem eu dizer nada, ela parece sacar que eu não estou lá nos meus melhores dias(até porque na melhor forma já faz um bom tempo que ela sacou que eu não estou) e sempre aparece algo bom para fazermos.
Agora me digam o que mais eu posso querer da vida numa segunda-feira que tinha tudo para ser ruim, justamente pelo fato de ser segunda-feira?

#

Porque a Kiss não presta, mas eu gosto dela. Dormindo, ela geralmente começa a sonhar, sabe. Daí ela vai apertando cada vez mais os olhinhos, ficando estática e de repente vêm os tremeliques e chorinhos. Não, ninguém bateu nela não. É que ela tem uma vida muito agitada de dog star e começa a rememorar tudo. Muita emoção pruma cadelinha só! Daí, hoje de manhã, eu naquele estado meio acordada, meio dormida, ouvindo um barulhinho estranho. Vou me virando na direção do barulho e lá estava ela, abanando o rabinho e me olhando dormir, deitadinha no sofá. E eu juro que ela ri pra mim. Mas ninguém acredita...

--------------------oOo--------------------

Sunday, January 20, 2008

Extrema falta de coragem

A semana acabando e ao mesmo tempo começando. Ciclo bom que me apavora. Principalmente quando todas as três pautas estão pela metade. Quer dizer, duas estão semi-terminadas, mas as fontes não me ajudam. As fontes de inspiração...

§

E felicidade é encontrar na cozinha uma porção certinha de espaguete ao molho bolonhesa com soja em plena noite de domingo.

§

E as palavras podiam ser mais simples. Eu digo isso agora que estou pensando em ser fotógrafa. Amanhã talvez eu seja jornalista de novo. Por hoje, eu sou artista, vou derramar bisnagas de tintas e fazer escola, vou modelar na argila e tacar na parede do condomínio, a própria interventora urbana encarnada. Vou descer ao estacionamento com meu pijaminha novo e virar performer. É, o tédio de um final de semana pode ser bem destruidor, ou não.

§


Querendo férias. E fevereiro é tão legal, espero que chegue logo. E eu tenho que sair mais, ver mais filmes e ouvir mais músicas, conversar mais na calçada com os amigos durante a madrugada, ser menos cri-cri comigo, usar mais sombra no olho e um pouco mais de batom, ser mais legal, mas gentil mesmo, voltar pra academia e perder 10 kg. Ter menos vergonha de telefonar sem obrigação, só para saber como foi o dia. Abrir mais o coração, deixar de ser tão fechada, tão afeita a ser forte. Ser mulherzinha até que é bom e eu mataria por uma bolsa da Gucci. E a frase anterior é fruto de pura piada. Se fosse Chanel, eu poderia até pensar. Tenho que rir mais, me soltar mais, ser tão certinha às vezes nem parece ser bom. E tudo isso é para tentar esquecer de que eu preciso de 150 linhas até amanhã de manhã.

--------------------oOo--------------------

Saturday, January 19, 2008

A arte da paciência

Sou impaciente. E talvez o título seja meio enganoso, porque dá a idéia de que esse será um post daqueles zen-budistas, mas nem será. Na verdade, é sobre a angústia de uma espera, como ela pode parecer enlouquecedora.

Quinta-feira vivenciei um dia inteiro de entrevistas. Uma porção de matérias por fazer, vários professores e alunos para ouvir, anotações e lugares diferentes para ir. Em duas delas inverti os papéis e fui a entrevistada. E não sei se porque desde novembro não fazia matérias externas em grande número, ou se porque era um dia chuvoso e a minha real vontade era ter ficado em casa no conforto da minha rede, mas acho que tinha esquecido o quanto se espera para uma entrevista.

Lá estava eu, às 11h em ponto, esperando para começar a entrevista. Quando a secretária me vê, já abre um sorriso amarelo. " O doutor vai se atrasar". Daí eu abro um mais amarelo ainda "não tem problema". Mentira. Claro que tinha problema, 12h30 deveria estar numa outra pauta bem distante dali, por isso era bom o doutor se apressar.

Ok, teria de ser paciente. Afinal de contas estava chovendo e basta cair um pingo d'água para que a rotina das pessoas em Fortaleza se altere. A começar pelo trânsito, que fica praticamente impraticável (perdão pelo trocadilho, não resisti). Perto do meio-dia ele chegou. Era tocar o barco pra frente e torcer para que tudo se resolvesse o mais breve possível. Fiz a entrevista e saí rumo à próxima pauta.

A cena se repetiu em todos os locais, até naqueles em que eu era a entrevistada. O que aumentou a tensão. Você chega para a sabatina e dá de cara com mais 6 pessoas na espera. E as pessoas ficam especulando, lançando teorias, jogando macetes e até blefando. Sempre tem alguém que conhece um amigo de um parente de um vizinho de um primo da secretária da firma que já passou por aquele processo e disse que foi assim, assim e assado. Mas você só faz "anham" e volta aos seus pensamentos. A pessoa, no entanto, não se conforma. Como boa caçadora de assunto, ela vai em frente e pergunta a pessoa que está sentada depois de você, justamente para dar a sensação de incômodo, de que você está atrapalhando o papo dos dois. Aos poucos, mais e mais pessoas iam chegando. Além de estarem meio perdidas na ordem da fila, elas ficavam perdidas na ordem da conversa. E toca a repetir a mesma coisa 50 vezes.

Nessas horas é que você pede a Deus que o mundo se acabe, para ver se aquilo chega ao fim. Daí você percebe que a misericórdia existe, a porta se abre e gritam seu nome, ou melhor, "próximo!". É praticamente um halo de luz descendo e lhe conduzindo ao paraíso. Tá, tudo bem. Não tinha o 97 virgens de cueca box, mas a gente releva. Só em já ter saído do corredor conspiratório foi um alívio tremendo.

Chegar em casa, então, nem se fala! Daí você reflete como a propaganda da mastercard faz certo sentido. E o teste de paciência segue até o dia do resultado...

--------------------oOo--------------------

Tuesday, January 15, 2008

Otorrinolarigologista

Depois de uma série de espirros contínuos e com a temporada chuvosa chegando (sim, você não leu errado, chove no Ceará), resolvi dar o braço a torcer e ir ao otorrino. Passei o ano passado protelando, afinal de contas eu tinha rinite e sinusite, coisas normais e com as quais, exceto em dias de crise eu vivia bem.

O clínico geral, em novembro, havia solicitado um raio-X da face. Fui lá, prontamente, e fiz. Nem parecia eu, que geralmente protelo ao máximo os exames.
Foi aí que veio a novidade. "Você tem rinosinusite alérgica, meio tendeciando para o crônico", disse o respeitável senhor de branco. Minha primeira reação foi "eu vou sobreviver?". Lógico, depois de toda a reviravolta que o moço tinha feito nas minhas concepções pessoais de alergia, naquela altura do campeonato eu não sabia mais se aquilo era bom ou ruim. Ele riu e me encaminhou ao otorrino.

Segunda-feira lá estava eu, com os exames na mão e na expectativa de que o médico do nariz dissesse "Você vai tomar essas pílulas mágicas e tudo estará resolvido dentro de um mês, nada mais de espirros em sua vida". Qual o quê. Cheguei na sala, foi todo o desfiar de rosário e o debulhar de pitangas, aí ele me mandou para a cadeirinha dos temidos exames nasais. Como eu detesto aqueles aparelhinhos! Agonia, pavor, medo, tensão, pânico, horror.

Após toda a exposição das minhas intimidades otorrínicas, o homem deu uma conferida de leve nas radiografias e tinha seu diagnóstico.

- "Bem, eu tenho duas notícias para você, uma boa e outra ruim"
- (ai meu Deus, pensei)
- Qual você quer primeiro?
- Me dê logo a boa, meu senhor, para que a gente acabe logo com essa agonia.
- A boa notícia é que você não morrerá disso...
- Nossa como estou aliviada (falei em tom de sarcasmo, buscando me fixar em um dos olhos estrábicos do médico). E a má?
- A má é que você vai carregar essa doença pro resto da vida.
- O que prova minha teoria de que isso não é doença, é destino.

Ele riu e cá estou eu, com três remédios novos para a minha coleção de tratamentos... E feliz da vida porque disso já sei que não morro!

--------------------oOo--------------------

Sunday, January 06, 2008

Requiem para uma vida

Acordara pela manhã com uma sensação de vazio profundo, de não saber onde por os pés. Por sorte, talvez ainda estivesse dormindo. Do contrário, sentiria-se louca por saber que seu assoalho transformara-se em nada, ou melhor, em água.

Colocou os pés no chão e tentou não olhar para baixo. Quis seguir em frente, mas as pernas fraquejavam e já não obedeciam. Queria apenas sua vida normal de volta. Onde perdera tudo aquilo que conquistara? Por que cargas d'água deixara que isso acontecesse?

De repente, uma idéia luziu-lhe, fez com que um fio de esperança aparecesse em seu coração. Retomaria tudo de onde parara, no caso, voltaria para a cama, fecharia os olhos e quando os abrisse, estaria novamente na realidade comum e nauseante de que tanto gostava. Não precisava de fortes emoções. Pelo menos, não neste momento de sua vida. O barco tinha que ir adiante, não ficar à deriva seria a palavra de ordem.

Pegou seu colete por medidas de segurança, caso aquilo lá não fosse meramente um sonho, mas algum encanamento vazante. Voltou para cama. De olhos fechados ela tentava identificar alguma movimentação que fosse, um halo de luz que aparecesse para ser a chave dos mistérios.

--------------------oOo--------------------

Wednesday, January 02, 2008

Observações antropológicas em situações sociais (ou O porquê de eu me divertir em festas)

Passadas as festividades de final de ano, estava aqui pensando em como é engraçado o fato de todo mundo ficar jogando na sua cara que você é solteira e que está acima do peso. Alguém já parou para prestar atenção? Sempre aparece um expert para dizer "nossa, você engordou, hein?!", ou aqueles que ficam com cara de pena quando perguntam se você está namorando e a resposta dada é "não, não estou". De repente um silêncio toma conta das rodinhas de conversa. E quase num momento de consternação geral, as pessoas olham para você como uma coitada, com aquele ar desprezível de "tadinha, ela não arruma ninguém".

E não acaba por aí. Se você une os dois fatores - estar acima do peso e sem namorado -, aí é correr para o abraço e dar vazão aos comentários condolentes e pesarosos. As maiores fãs desse tipo de situação são as amigas de mãe. Além de colocarem você em situações vexatórias, elas fazer pior. Tornam os dois fatores interdependetes. Ou você não namora porque está gorda demais para conseguir um namorado, ou o contrário, por não conseguir um namorado você engordou.

E já reparou que em festas sempre existem os magos das dietas ou aquelas que sempre sabem como ficar linda em 2 dias? Geralmente, as preceptoras são feias e estão acima do peso - talvez sofram dos mesmos paradoxos que assolam os cardiologistas safenados, os endocrinologistas obesos e o cirurgiões pláticos pelancudos e horrosos. Os comentários sempre surgem em torno de pastéizinhos e croquetes gordurosos, e sempre há uma prima-do-cunhado-da-amiga-do-vizinho-da-vizinha-da-copeira-da-casa-da-rua-da-esquina-de-baixo que fez tudo do jeitinho que está sendo contado e a-d-o-r-o-u.
Fico até me coçando para pedir o telefone da lenda urbana, digo, da moça para saber como foi o milagre. Se foi imposição de mãos ou a corrente dos 318 apóstolos da universal.

--------------------oOo--------------------