Sunday, January 06, 2008

Requiem para uma vida

Acordara pela manhã com uma sensação de vazio profundo, de não saber onde por os pés. Por sorte, talvez ainda estivesse dormindo. Do contrário, sentiria-se louca por saber que seu assoalho transformara-se em nada, ou melhor, em água.

Colocou os pés no chão e tentou não olhar para baixo. Quis seguir em frente, mas as pernas fraquejavam e já não obedeciam. Queria apenas sua vida normal de volta. Onde perdera tudo aquilo que conquistara? Por que cargas d'água deixara que isso acontecesse?

De repente, uma idéia luziu-lhe, fez com que um fio de esperança aparecesse em seu coração. Retomaria tudo de onde parara, no caso, voltaria para a cama, fecharia os olhos e quando os abrisse, estaria novamente na realidade comum e nauseante de que tanto gostava. Não precisava de fortes emoções. Pelo menos, não neste momento de sua vida. O barco tinha que ir adiante, não ficar à deriva seria a palavra de ordem.

Pegou seu colete por medidas de segurança, caso aquilo lá não fosse meramente um sonho, mas algum encanamento vazante. Voltou para cama. De olhos fechados ela tentava identificar alguma movimentação que fosse, um halo de luz que aparecesse para ser a chave dos mistérios.

--------------------oOo--------------------

0 Comments:

Post a Comment

<< Home