Thursday, May 31, 2007

Lua Azul

Ao abrir a caixa de e-mail hoje, achei um que me chamou atenção. Falava do raro que é duas luas cheias num mesmo mês. Reza a lenda que, quando a Lua está em dada posição, coisas fantásticas acontecem. Espero eu que sim =)


A Lua(dizem os Ingleses)
Fernando Pessoa
(14-11-1931)

A Lua (dizem os Ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma idéia se perde.

E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.

Sim, todos os meus desejos
São de estar sentir pensando...
A Lua (dizem os Ingleses)
É azul de quando em quando.

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Saturday, May 19, 2007

Inquietações

Estava aqui pensando em como a relação que temos na sociedade atual com a alteridade é difusa e fria, como ficamos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes das pessoas. Já reparou em quantas vezes você passa na rua e vê alguma coisa acontecendo e dá de ombros?

Sexta-feira, quando eu estava chegando à reitoria, vi um acidente entre uma topic e uma moto, uma briga de trânsito e que não afetava em nada a minha vida. Foi quando eu vi uma senhora passando mal e se segunrando nas grades da reitoria. Quando olhei pra ela e perguntei:

- Moça, que foi que aconteceu?

Ela segurou na minha mão e começou a soluçar, e as lágrimas escorriam pelo seu rosto violentamente. Foi quando levei-a para sentar num banquinho dentro da reitoria. Fiquei ali sentada com ela, apenas fazendo massagem nas costas dela, deixando que ela respirasse e desabafasse toda a revolta por conta do acidente e da atitude do motorista do coletivo em que ela estava.

- Tudo bem que a moto bateu na topic, mas o motorista da topic foi lá e derrubou a moto, e comprou briga, e começou a brigar por nada. Já pensou se um deles estivesse armado, tinha sido uma desgraça. Eu não gosto nem de pensar.

Passados alguns minutos, ela conseguiu se restabelecer e agradeceu, eu fiquei ainda mais um tempo vigilando para ter certeza de que estava tudo bem e depois me retirei. No caminho, eu fui pensando em como as relações hoje em dia estão difíceis, extremas. Atos de violência por banalidades, agressões físicas e verbais desnecessárias. É um 'por favor' que não chega, um 'muito obrigado' que quase nunca aparece, além da total insensibilidade que ronda a cidade. São aglomerados humanos que não interagem, que não se comunicam. E de certa forma, eu faço parte do desse aglomerado de pessoas que não se falam, que dividem os mesmos espaços, mas é como se ninguém estivesse ali. Uma espécie de mundo paralelo, com pessoas sem rostos, sem feições, sem histórias.

Uma série de questões como essas às vezes me fazem pensar. Pensar a relação com a alteridade, com a cidade, com os espaços públicos, como isso acontece no nosso dia-a-dia, como nos comportamos perantes essas situações.

Você sabe o nome do seu vizinho? E como é a relação com a associação de moradores do seu bairro? E a natureza, você ajuda a preservar? Qual seu modo de evitar a poluição e a destruição do meio ambiente?

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