Friday, April 07, 2006

4º poder

O telefone toca por volta da uma e meia da matina. Pego o fone e descubro que bateram na casa do meu avô com o carro. Que feliz!! E o que era pior, quem ligou disse que havia destruído parcialmente a casa. Oh, no!! Eu e mamãe saimos de Far Far Away a caminho da casa na Parquelândia.

Eu morta de iludida achando que ia ser uma madrugada tranqüila depois de um dia inteiro espirrando. Tsctsctsc, como sou ingênua. Chegamos lá e o guincho queria retirar o carro sem que o acidente fosse periciado. Segundo o causador da batida, já havia sido feito um acordo com meu avô. Só que a história não era bem essa.

O homem lá que bateu o carro aproveitou-se do fato de meu avô ser um sujeito simples, leigo e queria literalmente passar a perna no vovô. Meu Deus, é incrível como existe gente de tudo quanto é jeito no mundo. O que leva um cara a ter coragem de além de destruir a casa alheia, querer enganar um senhor de 70 anos?

Mamãe foi perguntar como tinha ficado resolvido e o culpado começou a fazer pirraça com ela. Rapaz, minha mãe é uma mulher baixinha, calma e serena, mas não mexa com ela. Ela começou a ficar nervosa e eu fui falar com os policiais para saber o que havia de fato sido feito. Conversando com um soldado, descubro que nada havia sido feito e que o culpado também era policial.

Eita, alguns muitos anos no colégio da polícia me ensinaram o corporativismo existente nessa força chamada polícia militar. E meu instinto me ensinou que tudo deve ficar registrado por escrito, pois a palavra já não é mais levada em conta.

Enquanto falava com o soldado, o sargento motorista do guincho começou a querer suspender o carro. Prontamente comecei a gritar para parar, que ninguém ia mexer em nada sem antes ser periciado. Afinal de contas, o cara havia destruído a frente inteira da casa do meu avô, fora o poste de luz que ele havia derrubado, o que fazia com que não houvesse luz na casa.

O motorista do guincho ficou uma fera comigo. Desceu "fumando numa quenga". Fui ao orelhão e começou a batalha para conseguir ser atendida pelo 190. Minha nossa, é incrível como um serviço de emergência como esse é cheio de burocracias. Passei cerca de meia hora tentando e nada. Na quarta tentativa foi que recebi retorno e ainda tive de ficar ouvindo a musiquinha que dizia ser minha ligação muito importante para o CIOPS e blábláblá.

A perícia foi chegar às 3:30 da manhã e a luz da casa só foi reestabelecida porque mamãe conversou com o moço da coelce e mostrou que quem está em casa dormindo não pode, nem deve, ser prejudicado pela imprudência de alguém que dirigia embriagado e que quebrou o poste de energia.

Foi tudo muito traumático nessa noite de horrores, mas a pior conclusão é de que você tem de provar por A+B que foi prejudicado e ainda tem de agüentar ignorância dos policiais que estavam do lado do causador do acidente. Em nenhum momento fomos tratados como vítimas, parecia até que tínhamos culpa de um bêbado acabar a frente do carro dele em nossa casa.

Foi necessário provar que não tínhamos culpa e ir à luta pelos direitos que nos assitiam para que não saíssemos no prejuízo. Se dependesse dos policiais e peritos e demais pessoas que foram atender a ocorrência, tudo teria ficado por isso mesmo, prova é tanta que só não retiraram o veículo porque eu gritei.

Aí pensando como a minha tia: se tivesse uma equipe de TV lá, num instante todos eles teriam nos tratado como realmente deveríamos ter sido tratados. Eles quereriam mostrar serviço e fazer pose de autoridades preocupadas com os cidadãos. É triste como a idéia de fazer bonito frente às câmeras é o que guia o trabalho dessas pessoas.

Será que estou enganada ou eles acreditam na história de que o jornalismo é o 4º poder?

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1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

moça que historia heim? cosa feia.. policiais tentando inganar um pobre senhor indefeso...

mas nada que a super gege pra ajudar..

tomara que tenha terminado tudo certo...

08 April, 2006 17:45  

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